22.9.09

Paraty, 25 de outubro de 2008

Alceu,

Pensei em não responder. Pensei que você não merecia as lágrimas que agora derramo. Pensei que isso que alimentei aqui fosse amor. E foi. E é.
Pensei em morte. Minha, não a sua. Mas a única morte que consigo pensar agora é nessa que me expõe em palavras: a do amor. A do meu amor por você, que alimentei ano adentro, sorrindo, cantando, gritando aos cães que ele é possível. E, realmente, foi.
Foi também o que me prendia aqui. Acho que você tinha razão quando dizia que eu me fixava muito a pessoas e lugares. E já que desancorou-me de você, dou adeus a Paraty. Vou pelo mar, que é pra minhas lágrimas terem pra onde correr.
Se é pra despedir, que seja de uma vez: tchau.
Deixo aqui a parte do meu coração que te cabia. Não se preocupe, ele se regenera.
Seja feliz. De verdade desta vez. Sinceramente feliz com você e com quem receberá sua aliança.

Parabéns adiantado. (E amargurado!)...


Márcia.





ps.: queria terminar com um Eu odeio você! Mas talvez isso pudesse te assustar, então achei melhor não colocar nada... Mas agora você já sabe, né?

ps.2: não responda. Suas palavras darão com a cara na porta e ficarão vagando por Paraty. Guarde-as para si.

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