23.9.09

24 de setembro de 2009

Maor,

saudade grande.


Beijo,

Maorzão.

22.9.09

Paraty, 25 de outubro de 2008

Alceu,

Pensei em não responder. Pensei que você não merecia as lágrimas que agora derramo. Pensei que isso que alimentei aqui fosse amor. E foi. E é.
Pensei em morte. Minha, não a sua. Mas a única morte que consigo pensar agora é nessa que me expõe em palavras: a do amor. A do meu amor por você, que alimentei ano adentro, sorrindo, cantando, gritando aos cães que ele é possível. E, realmente, foi.
Foi também o que me prendia aqui. Acho que você tinha razão quando dizia que eu me fixava muito a pessoas e lugares. E já que desancorou-me de você, dou adeus a Paraty. Vou pelo mar, que é pra minhas lágrimas terem pra onde correr.
Se é pra despedir, que seja de uma vez: tchau.
Deixo aqui a parte do meu coração que te cabia. Não se preocupe, ele se regenera.
Seja feliz. De verdade desta vez. Sinceramente feliz com você e com quem receberá sua aliança.

Parabéns adiantado. (E amargurado!)...


Márcia.





ps.: queria terminar com um Eu odeio você! Mas talvez isso pudesse te assustar, então achei melhor não colocar nada... Mas agora você já sabe, né?

ps.2: não responda. Suas palavras darão com a cara na porta e ficarão vagando por Paraty. Guarde-as para si.

11.9.09

Paraty, 23 de outubro de 2008

Márcia. Eu vou me casar.
Achei necessário que você soubesse logo. Por tudo.

O peito guarda um oco que é seu de abraçar. Sempre guardará. As mãos, de certa forma, continuam dadas. E às vezes parece que seguro a mão de uma irmã, de uma mãe, de uma amiga, de uma mulher, de um anjo...

E eu acredito em nosso amor, mas a vida me trouxe aprendizados que me fazem desacreditar no amor somente. É necessário uma série de compatibilidades que eu acho que não alcançaríamos juntos. E então eu conheci alguém. E é isso. Eu vou me casar.

Isso nos separa de uma maneira. E nos une de outra, porque o amor são muitos e apenas um deles não é eterno. Esse não será o nosso. O nosso perpetuará por toda ternura e confiança que ele representa.

Não sei se você me entende, Márcia... Me perdoe se te magoo contando isso, mas tinha que ser dito.
Estou feliz, sou um homem feliz. E o que mais quero é sua felicidade também.

Minha irmã, minha flor...

Se quiser conversar, me ligue. Mas eu sei como você lida melhor com as palavras escritas. Eternas.

Me despeço com todo amor e sentindo o oco pulsar.

Alceu.