18.11.11

9 dias depois

Amor,
o mundo caiu.
Vulcão cuspiu por meia hora, sujou tudo de lava fumegante. Tenho marcas pelo corpo, mas o pior foi o que meus olhos viram. Meu olhos me viram atiçar fogo, mais fogo, no meio do inferno.
Lava vira pedra, sabia? Rocha ígnea.
Ficou tudo tão firme depois que o vento passou, ficou tudo diferente. Estou caminhando na lava endurecida, indo pra cima pra deixar pra trás essa tragédia. Nesses metros que subi, já consigo enxergar melhor. Só não consigo te encontrar, por isso te escrevo.
Se a lava não tiver te comido,
casa comigo?

C.

7.2.11

Belo Horizonte, 07 de fevereiro de 2011

Querida Aurora,

daqui a exatos 14 dias você completará 5 meses. Semana passada eu comemorei 27 anos. É muita diferença pra duas pessoas cercadas pelo amor-maor da mesma tchutchuca.
Felizmente você tem o privilégio de tê-la todo dia. E isso não é inveja não, minha pequena Bolota, são sorrisos mesmo. Toda essa imensidão de carinho que você recebe, saiba bem, foi acumulada por muito mais que nove meses. E eu pude acompanhar alguns deles que, de coração aberto, afirmo terem sido fenomenais.
Agora vocês estão aí, próximas ao mar enquanto eu me guardo pelas montanhas. Mas meu maor é grande o suficiente para burlar essas grandes "pedras no caminho". Seja via telefone, e-mail, msn ou telepaticamente, estou aí presente via coração de Dona Carola.
Escrevo essa carta apenas pra lembrar-lhe que você faz parte das minhas orações e afeições. Mesmo não vendo seus olhinhos ao vivo, apertando suas mãozinhas nas minhas (mãozonas!) ou mordiscando sua barriga gorducha (que nem sei se é!) meu carinho por você é imenso e feliz. Simplesmente porque você nasceu do ventre daquela que chamo maor.

Do Tio que vai lhe dar outro(s) tio(s),

Dan.